O pequeno riacho Ipiranga em São Paulo foi testemunha do “Grito de Independência”. As águas que desceram por ele naquele dia provavelmente poderiam contar com que entonação foi pronunciada a famosa frase de D. Pedro I: “Independência ou morte!”. Alguns hoje duvidam que este português estivesse realmente disposto a morrer pelo Brasil, enquanto outros retratam o momento como um ato heróico.
Se foi grito ou apenas sussuro não importa. Hoje os brasileiros comemoram a sua Independência. E com orgulho o povo canta: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, / Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”
Embora essa independência tenha um grande valor e seja motivo de orgulho para o povo brasileiro, ela carrega sobre si responsabilidade social e política. Olhando por esse lado, o Brasil ainda é dependente de muitos outros países e o será por muito tempo. Aliás, em tempos globalizados, parece impossível criar uma nação totalmente independente. Exemplo disso foi a crise econômica que atingiu o mundo inteiro no início de 2009. Até mesmo em aspectos culturais já não existem barreiras.
O “Grito do Ipiranga” nos faz lembrar de outro brado de independência muito mais importante e profundo. É o “Grito do Gólgota”. Num cenário bem menos heróico e solitário, Cristo bradou em alta voz: “Está consumado”. Em outras palavras, Jesus declarou: “Independência ou morte”. Nesse processo de independência, entretanto, houve muita luta e até morte. A luta foi contra o pecado, a morte e o diabo que se apossaram da humanidade e de forma alguma estavam dispostos a entregá-la a Jesus. O salvador da “Pátria” lutou até o fim e deu a sua vida pelo mundo inteiro, rompendo a escravidão do mal.
O “Grito do Gólgota” precisa acompanhar a todos os brasileiros de modo que também essa grande nação de fato veja o “Sol da Liberdade” e possa ter “justiça e paz, governo bom, capaz, pátria em que nos aparaz viver feliz” (HL 513).
Ninguém além de Cristo pode nos libertar do Reino do mal e nos levar para o Reino de Deus. A nossa independência depende de Cristo. Como brasileiros festejamos orgulhosos o “grito do Ipiranga” pedindo a Deus bom governo e paz. Os cristãos festejam, sobretudo, porque podem habitar esta terra livre, livres do mal, graças ao “grito do Gólgota”.
(Rev. Clécio Leocir Schadech)
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